sábado, 10 de outubro de 2009

Calar o Sofrimento


O medo consome-me a alma como fogo,


Os meus sonhos são escuros e tenebrosos.


Caí nas garras de um mortal jogo


Estranho jogo esse, vencerá meu medo?




E vou caindo cada vez mais num túnel,


Onde espinhos dilaceram a minha pele


Gritando de dor, um grito tão amável


Tal como um pensamento só dele.




Escutando mais do que aquilo que posso escutar,


Vendo mais para além do que quero ver


Sofrer mais do que aquilo que posso sofrer.




Tão simples é o som dos reles mortais


Que choram o doce som do sofrimento sem palavras,


Sem tacto, simplesmente derramando lágrimas.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Suave Veneno


Esse suave veneno que brilha nos teus olhos

É como sangue doce a fervilhar,

Que quebra o encanto dos meus sonhos

E põe o meu coração a palpitar.


Coração esse, palpita num corpo morto

Que poderá um dia ressuscitar

Se esse teu suave veneno

Um dia lhe ousar tocar.


Com a sua singela frieza cor de mármore,

Frieza essa que usas para poder sentir-te

Nas noites em que não viverei sem ti.


Trazes esse teu suave veneno contigo,

Para adormecer no meu leito comigo

Só assim renascerei e morrerei em ti.

domingo, 9 de agosto de 2009

Laços de Sangue


Se tiveres laços fortes como estes,


Não te iludas pois são fracos.


E nem tentes dar a vida por estes,


Que de repente estão acabados!




Laços de sangue são como


Soluços trágicos ao vento,


Que vão levando seu rumo


E acabam sempre num tormento.




Laços de sangue são


Como cuspe deitado na estrada.


A sua miséria é pior que a dum mendigo


Que pede esmola na calçada.




Raros são os laços preciosos como ouro


Abrigados dentro de corações como um tesouro,


Prontos para enriquecer alguém.




Mas muitos são os laços contagiados


Com pobreza e envenenados


Que não deixam dormir ninguèm.






quarta-feira, 29 de abril de 2009

O Inatingível ( Parte III)


Se algum dia os meus olhos

Avistarem o deslumbre

Dos teus misterioso cabelos,

Seria como tocar-lhes e não vê-los.


E se algum dia a minha boca

Puder sentir o calor da tua,

Seria melhor que desvario de louca,

Seria como ouvir a força da tua voz nua.


Mas para quê sonhar, se nunca estarás no meu leito

Quando me levanto, quando me deito.

Quando dentro de mim lágrimas começam a brotar.


Mas essas lágrimas Amor são como rosas.

Como são lindas, tristes, desvairadas e formosas!

Rosas... que foram feitas por te amar...

O Inatingivel ( Parte II)


A minha mente dá-me a provar a maior liberdade,

Mas também me torna a maior prisioneira.

Deixando só um pouco de saudade

Do tempo em que era a maior guerreira,


Não posso guerrear por ti... não posso.

Sou demasiado fraca para lutar contra o destino.

Caindo pálida e triste na amargura de um fosso,

Como a noite de luar gélido e fino.


E porquê Amor?! Que loucura!

Porquê que quero provar o fel desta tortura?

Que é trazer-te preso a mim, transparente.


Pois não preciso de te sentir nos meu braços,

Mas só o facto de puder escutar os teus passos

Seria um consolo para a tragédia da minha mente.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

O Inatingível


Uma visão... só uma visão...

Seria o suficiente para me pôr crente

Na tua existência, não na alucinação

De um dia te ter presente.


Desejando a tua realidade, o teu ser...

Saber que estás tão longe e tão perto

É como ter a minha essência a apodrecer.

Sei que é tudo tão errado e tudo tão certo...


No meu labirinto não entendo este sofrimento,

Se apenas me limito a trazer-te no pensamento,

Refugio de minhas mágoas e medos.


A minha alma só quer a tua presença

A prova científica da sua crença

E que não lhe escapes por entre os dedos.

quarta-feira, 18 de março de 2009

O meu Mundo trágicamente Perfeito


Tragédia se abateu sob meu triste rosto.

Pousando sua mão sob meus olhos de serpente.

Querendo simplesmente um conforto, um encosto

Para consolar a sua dor presente.


Chegou perto de mim em silêncio calmamente,

Mas os olhos gritavam bem alto o desgosto.

Cegando-me assim eternamente.

Levando meu ser ao completo abandono.


A minha dor é envergonhada e profunda,

É trágica, corrosiva e imunda,

Pesada , permanente e insane.


E num abraço cortante me toma,

Cravando no meu sangue a doma,

Esperando por alguém que me ame...